segunda-feira, 31 de maio de 2010

ATRITA-TE!!!


Ninguém muda ninguém, ninguém muda sozinho, é nos relacionamentos que nos transformamos. Somos transformados a partir dos encontros, desde que estejamos abertos para sermos impactados pela ideia e sentimento do outro. Já reparaste na diferença que há entre as pedras que estão na nascente de um rio e as pedras que estão na sua foz?As pedras na nascente são toscas, pontiagudas, cheias de arestas. À medida que elas vão sendo carregadas pelo rio, sofrendo a alteração da água e se atritando com as outras pedras, ao longo de muitos anos, elas vão sendo polidas. Assim também agem os nossos contactos humanos. Sem eles a vida seria monótona, árida. A observação mais importante é constatar que não existem sentimentos bons ou maus, sem a existência do outro, sem o seu contacto.Passar pela vida sem se permitir um relacionamento próximo com o outro é não crescer, não evoluir, não se transformar. É começar a terminar a existência de uma forma… disforme.Quando olho para trás vejo que hoje carrego no meu ser várias marcas de pessoas extremamente importantes. Pessoas que, no contacto com elas, me permitiram ir dando forma ao que sou, eliminando arestas, transformando-me em alguém melhor.Outras, sem dúvida, com as suas acções a palavras criaram em mim novas arestas, que precisaram de ser desbastadas. Faz parte… Reveses momentâneos servem para o crescimento. A isso chamamos experiência.Começamos a jornada da vida como grandes pedras, cheias de excessos.Os seres de grande valor, percebem que ao final da vida, foram perdendo todos os excessos que formavam as suas arestas, aproximando-se cada vez mais da sua existência e ficando cada vez menores, menores, menores…Quando finalmente aceitamos que somos pequenos, ínfimos, dada a compreensão da existência e importância do outro, é que finalmente nos tornamos grandes em valor.Já viram o tamanho do diamante polido, lapidado?Sabemos o quanto se tira do excesso para chegar ao seu âmago, pois é lá que está o seu verdadeiro valor: o amor.Todos temos a capacidade de amar, mas temos que aprender como.Para o aprendermos temos que nos permitir, através dos relacionamentos, ir desbastando todos os excessos que nos impedem de usá-lo, de fazê-lo brilhar.Por muito tempo na minha vida acreditei que o amor significava evitar sentimentos ruins. Não entendia que ferir e ser ferido, ter e provocar raiva, ignorar e ser ignorado faz parte da construção do aprendizado do amor. Não compreendia que se aprende a amar sentindo todos esses sentimentos contraditórios e…superando-os.Ora, esses sentimento simplesmente não correm se não houver envolvimento…e envolvimento gera atrito.Por isso, a minha palavra final é: ATRITA-TE!!! Não existe outra forma de descobrir o amor.”
Roberto Crema
24/Ago/2008 16:25  

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